
O maior estádio particular do mundo à época estava pronto e, com isso, o clube pôde enfim voltar novamente suas atenções para o escrete tricolor. Dessa maneira, foram contratados o volante Edson Cegonha, o centroavante Toninho Guerreiro, o lateral-direito Pablo Forlán e o meio-campista Gérson, montando assim um time muito forte,[6] mas que demorou até 1970 para engrenar.[7]
Após as contratações o estádio deveria ser inaugurado e então, no dia 25 de janeiro de 1970, foi feito o jogo de sua inauguração definitiva. Porém, dias antes do jogo inaugural, as madeiras resultantes da construção continuavam dentro de campo e a empresa que retiraria as madeiras deu um prazo de 40 dias para fazê-la. Um dirigente do clube que possuía contatos dentro do exército ficou sabendo que eles precisavam de lenha e encaminhou uma proposta em que o time cederia a madeira, mas o exército deveria retirá-la de lá em um dia apenas. O acordo foi fechado, e a madeira, recolhida.[30]
Os números da construção do estádio impressionam pela grandeza. Foram utilizados 50 mil metros cúbicos de concreto, 400 mil sacos de cimento e 6 mil toneladas de ferro. A área destinada ao público é de 64 450 metros quadrados.[33]
O jogo, contra o Porto, de Portugal, foi o divisor de águas na época, pois a torcida e os dirigentes cobravam o então presidente Laudo Natel sobre a seca de títulos. Ele respondia sempre dizendo que não adiantava ter um time sem patrimônio e que assim que o estádio estivesse construído montaria uma boa equipe para ganhar um título em um ou dois anos, o que acabou ocorrendo no próprio ano da inauguração e se repetindo no ano seguinte.[26]
Vista aérea do estádio do Morumbi e de parte do bairro que o abriga. (Imagem: fotosedm)
O estádio serviu também para apaziguar os ânimos dos que diziam que o local da construção, o bairro do Morumbi, seria para sempre desabitado. Pois, se antes não havia nada por lá, o esgoto, a água e a luz foram para lá e hoje ele é considerado um dos bairros mais chiques e elegantes, com o metro quadrado entre os mais caros da capital. Por conta de sua localização o estádio passou a ser conhecido como Morumbi e o time, que já fora o São Paulo da Floresta e o Tricolor do Canindé, agora seria o Tricolor do Morumbi.[6][26][30]
Portanto nos anos 70 o São Paulo conseguiu se superar em vários aspectos. Conseguiu, em 1971, um vice-campeonato no Campeonato Brasileiro — seu melhor resultado até então — e de quebra a classificação para a Libertadores de 1972, em que terminou no quarto lugar. Desde o início dessa década o clube foi melhorando seu desempenho, com os Paulistas de 1970, 1971 e 1975 e o inédito Campeonato Brasileiro de 1977. Houve ainda os vice-campeonatos do Brasileiro de 1973 e da Libertadores de 1974.[7]
Serginho Chulapa, o maior artilheiro do clube de todos os tempos. (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Sobre o primeiro Campeonato Brasileiro conquistado, pode-se dizer que foi o mais improvável título do clube, pois os especialistas da área consideravam aquele time mediano e nem o incluíam entre os favoritos, mesmo contando com o melhor treinador do país — Rubens Minelli — e com um elenco que continha nove jogadores que tiveram ou teriam passagem pelo selecionado nacional. Pois aquele time jogou o campeonato inteiro ganhando quando deveria e perdendo quando podia — foram apenas duas derrotas nas duas primeiras fases — até chegarem às partidas decisivas. Na terceira fase o time só perdeu para o Botafogo de Ribeirão Preto, e ainda assim com um gol mal anulado, que resultou na suspensão do atacante Serginho Chulapa após um chute desferido no bandeirinha que anulara o gol. E na semifinal passou pela então zebra, o Operário de Campo Grande, com uma vitória em casa por 3 a 0 e uma derrota fora por 1 a 0.
Dessa maneira o Atlético Mineiro e o São Paulo chegaram à final, que seria disputada em partida única no Mineirão, com o time mineiro apontado como favorito ao título. Na grande final os times não contariam com seu maiores jogadores, Serginho pelo tricolor e Reinaldo pelo alvinegro mineiro.[6] Seguindo as ordens do técnico, o time fez uma marcação muito forte, não deixou o Atlético jogar e ainda criou as melhores chances de gol. O jogo foi então para a prorrogação, mas o placar não foi aberto por time algum. Na decisão por pênaltis, o que contou mesmo foi a catimba do goleiro tricolor Waldir Peres, que conseguiu desestabilizar os batedores atleticanos — eles desperdiçaram três cobranças, ficando, assim, o título com o Tricolor do Morumbi.[6]
Porém, em 1978 o São Paulo não conseguiu o título do Paulista contra o Santos, que só foi decidido em meados do ano seguinte, e logo depois abdicou do Brasileiro de 1979 para se dedicar ao Paulista, quanto não conseguiu nada além de um sétimo lugar, sinal de que precisava mudar novamente.[7]
Éder Jofre já havia conquistado a glória com os dois títulos mundiais, porém duas derrotas por pontos e muito contestadas em 1965 e 1966 fizeram-no abandonar o boxe. Mas em 1969 Éder surpreendeu a todos e voltou a lutar, dessa vez em nova categoria, a de Peso Pena. Mesmo em uma categoria superior à com que estava acostumado, Éder conquistou uma incrível série de 25 vitórias, e uma delas valeu-lhe, inclusive, o título do Mundial de Pesos-Penas pelo Conselho Mundial de Boxe, o CMB, de 1973.[34]